Mostrando postagens com marcador Garupa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Garupa. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Segurança com conforto

Dicas para viagens mais confortáveis e seguras

Em qualquer viagem motociclística existe certo desgaste físico e emocional acarretando diferentes níveis de stress que estes podem causar. Seja pela dificuldade do trajeto, sua distância ou o grau de familiaridade do motociclista com seu equipamento, as viagens que deveriam ter como objetivo o relaxamento, acabam muitas vezes agregando maior tensão.

Nessa edição reunimos algumas dicas que visam aumentar o conforto do motociclista, para que com isso possa focar sua atenção aonde ela é realmente necessária. É profundamente desgastante e inoportuno ter que se preocupar com o frio nas mãos ou pés, por exemplo, quando a estrada exige toda a atenção para manter um bom nível de segurança para si e os demais.

Piloto e garupa

O ítem principal que pode gerar conforto é a vestimenta adotada para a viagem. Primeiramente, ela deve ser igual para o piloto e garupa, porque ambos precisam do mesmo nível de proteção e segurança.

Escolha a vestimenta de acordo com as características da viagem, observando distância, tipo de terreno enfrentado e clima predominante como guias para a escolha dos melhores produtos.

Independente do clima que será enfrentado, opte por roupas que sejam essencialmente desenhadas para o uso motociclístico – dessa forma, garante que a segurança será mantida em alto grau.

Para o calor, opte por roupas preferencialmente de cordura, por essas terem maior diversidade em termos de construção, oferecendo modelos específicos para o calor, com varias formas de ventilação. Mesmo sendo bem arejada, a maioria das roupas disponível no mercado oferece extensa gama de acessórios tambem para a segurança, como protetores de cotovelos, ombros, joelhos, quadril, etc. Dessa forma é possível combinar funcionalidade com conforto.

Já para o frio, além das roupas de cordura, as de couro oferecem boa opção de material, cabendo apenas decidir com qual se sente mais a vontade e qual tipo se adequa melhor à proposta de sua viagem. Uma dica importante é experimentar suas novas peças de equipamento em uma viagem mais curta – tipo teste – para se certificar de que se ajustam perfeitamente à sua necessidade e correspondem aos seus desejos de conforto. Isso é particularmente relevante para acessórios extras, como joelheiras e protetores de coluna, que exigem certa adaptação por parte do usuário.

Assim como vestimentas, calçados devem ser adequados ao tipo de viagem pretendida, levando em consideração o tipo da moto, sua proposta de uso e o terreno com qual irá interagir. Siga o princípio da funcionalidade, primeiro resolvendo o quesito da segurança para os pés e depois adeque o conforto. Muitos se esquecem que os pés ficarão contidos em um ambiente fechado – na maioria dos casos impermeável – por longos períodos, e é importante que as meias sejam de qualidade para que não sejam lesionados com a fricção provocada pelo intenso movimento, característico na condução de uma moto.

As mãos, no outro extremo, também sofrem e devem ser protegidas adequadamente por luvas. Escolha aquelas que melhor desempenhem em sua viagem, lembrando que seu tamanho reduzido permite que sejam levados mais de um par, para cumprir diferentes funções. As luvas mais grossas e impermeáveis para o frio retiram bastante da sensibilidade no uso dos comandos, devendo ser usadas apenas quando realmente necessário. Para tanto, é importante ter luvas de diferentes tipos, podendo revesar com luvas mais leves quando a situação assim permitir.

Mas a vastimenta não compreende apenas os volumes externos – é importante que o conforto interno tambem seja preservado, utilizando principalmente roupas de uso esportivo, com características que permitem transpiração apropriada do corpo. Nesse sentido, há diversas alternativas no mercado, cabendo-lhe pesquisar quais modelos e tipos melhor se ajustam à sua necessidade. Alem de cumprirem a função, são práticas e de fácil manutenção. Em viagens mais longas, podem ser lavadas com facilidade, secando rapidamente.

Equipando a moto

Assim como para o piloto, existem diversas soluções para a moto visando aumentar seu conforto. Se acha o banco de sua moto duro, encontrará almofadas com gel, do mesmo tipo que existe para ciclistas, que podem ser uma alternativa para a diminuição das vibrações sentidas na região lombar.

Durante as longas viagens, o problema maior está nas posições de pilotagem que podem ser utilizadas, ficando usualmente o motociclista bastante restrito. Isso pode ser contornado com a adoção de pedaleiras extras em outra posição que algumas motos permitem ser instaladas. A mudança de posicionamento ajuda a diminuir as tensões naturais de um posicionamento único.

As costas também sofrem devido ao posicionamento e medidas tambem devem ser tentadas para diminuir esse problema. Se sua moto permite dispositivos como "sissy bar", seu uso ajuda bastante no conforto, mas frequentemente só podem ser utilizados pela garupa, devido ao posicionamento. Na maioria dos casos, a própria bagagem pode ser utilizada para fornecer esse apoio às costas apenas pela maneira com é fixada à moto. Esse apoio ajuda a manter um bom posicionamento além de contribuir para a centralização das massas na moto, ajudando no equilíbrio e finalmente na estabilidade do conjunto.

Considere a utilização de protetores laterais se seu modelo permitir esse tipo de acessório. Além de oferecerem proteção em caso de queda, tambem criam espaço para instalação de outros acessórios, como as pedaleiras extra, mencionadas anteriormente.

A proteção do vento tambem ajuda para um bom nível de conforto – o uso de bolhas diminui a pressão aerodinâmica frontal que o motociclista sofre, mas em contrapartida, aumenta o arrasto gerado pela moto que frequentemente também promove maior consumo. As mãos também podem receber maior proteção com protetores de punho, disponibilizados para uma vasta gama de modelos e marcas de moto.

Para um conforto superior é preciso que os comandos operacionais tambem estejam posicionados de maneira a oferecer a melhor amplitude e destreza operacional. Regule os comandos para uma posição confortável depois que a moto esteja carregada com todos os itens que pretende levar – assim estará ajustada, levando em consideração as pequenas mudanças que toda bagagem impõe.

Boa parte de modelos de moto permite a instalação de dispositivos automáticos de aceleração. São travas do punho do acelerador que permitem que uma mesma aceleração seja mantida sem que haja pressão no punho do acelerador. Esses dispositivos funcionam como o "cruise control" de carros mais sofisticados, mas de maneira mecânica, e não eletrônica. Dessa forma é preciso treinar a liberação da trava para não ser pego em situação de risco com o acelerador travado. Em estradas retas e longas com certeza mostram seu valor.

Dicas adicionais

Tenha sempre consigo em viagens, protetor solar e labial. Incomodos com pequenas quimaduras solares são capazes de tirar sua concentração daquilo que deve ser feito. Devido a fricção, ressecamento pelo ar e suor, a pele tende a sofrer nas longas viagens – não esqueça do hidratante e tambem da pomada para assaduras.

Para a saúde ocular, use lentes de tom mais escuro para o capacete ou óculos de sol. Certifique-se que sejam de qualidade, protegendo a vista de raios nocivos. Não se esqueça que se pretende viajar à noite, deve estar de posse de lentes transparentes, para não incorrer em qualquer ilegalidade.

Mantenha-se sempre bem hidratado usando água e liquidos destinados a uso em esportes. Faça exercícios de alongamento com frequencia utilizando-se do tempo imposto pelas paradas de abastecimento, e sempre que se sentir de alguma forma fatigado.

É importante que zele pelo seu conforto na moto – junto com ele virá tambem a segurança durante sua operação, permitindo distâncias maiores com cansaço menor.


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Pilotando com garupa


A experiência motociclística para a maioria de nós pode ser considerada única e simplesmente indescritível. Dividir essa emoção com pessoas queridas é algo que deve ser feito com cuidado e bom senso.

A pilotagem com garupa modifica consideravelmente a configuração operacional de uma moto. As dicas a seguir têm como objetivo oferecer maior interação entre piloto e garupa, gerando melhor equilíbrio e segurança por conseqüência.

Equipamento de segurança
Todos os itens de segurança do piloto se aplicam também à garupa. Não é porque não está no comando que ele ou ela não tem a mesma necessidade de proteção, uma vez que está exposta aos mesmos riscos e energias que atuam sobre você. Certifique-se de que o equipamento oferecido seja de qualidade igual ou superior à sua, afinal de contas, não levamos atrás pessoas de quais não gostamos, não é mesmo? O capacete deve estar em ótimas condições e dentro de seu prazo de validade. Não dê à sua companhia um capacete seu que não utiliza mais – ela deve ter um capacete que sirva à sua forma de caixa craniana. O mesmo vale para as roupas de proteção e luvas. As mulheres devem ser orientadas quanto à falta de funcionalidade de um calçado com salto, abdicando dos mesmos por outros de uso motociclístico.

Responsabilidade
O principal fator a ser considerado na pilotagem com garupa é a responsabilidade que temos sobre uma pessoa que não tem qualquer poder decisório, mas, no entanto, pode influenciar o movimento positiva ou negativamente, dependendo do grau de familiaridade que tem com o processo. Esse poder de influenciar, mesmo que minimamente, gera a necessidade de se instruir adequadamente a pessoa que senta atrás, e delega sua vida em nossas mãos, no controle da moto.
Independente da garupa ter familiaridade com sua pilotagem ou não, repasse os procedimentos que irá adotar, para que haja clareza. É uma franca demonstração de respeito e cuidado que certamente será apreciada. Normalmente esse cuidado acaba refletindo na atenção que a pessoa terá em toda a pilotagem, aumentando consideravelmente o nível de segurança de ambos.

Posicionamento
Comece por orientar como se sentar apropriadamente para obter certo conforto e principalmente segurança. A pessoa deve se sentar de tal forma a ter proximidade corporal com o piloto, e essa proximidade deve ser o suficiente para que haja contato corpóreo, sem que esse contato possa de qualquer forma restringir os movimentos do piloto. Essa proximidade permite que a pessoa se sinta amparada e confiante durante a pilotagem. Deve lhe ser indicada a forma de se segurar, que varia com o tipo da moto. Algumas possuem dispositivos para essa finalidade, enquanto outras não. Em uma grande maioria de motos que possibilitam essa proximidade, a maneira mais eficiente de se manter estável é usar os joelhos para fazer pequena pressão sobre o quadril do piloto. Dessa forma, estabiliza-se o quadril e as pernas, permitindo que o tronco possa promover pequenos movimentos laterais que ajudarão a manter o equilíbrio. As mãos podem ser posicionadas em lugares como cintas ou alças para essa finalidade, ou na cintura do piloto, desde que não restrinjam seus movimentos.
Os pés devem ser apoiados nas pedaleiras, na altura das juntas dos dedos, ponto que oferece a maior sensibilidade de apoio e possibilita que seja exercida pressão controlada. Para motos que possuem plataformas invés de pedaleiras, a garupa deve posicionar os pés integralmente sobre elas, de maneira a não permitir que parte de seu calçado fique fora das dimensões da plataforma, oferecendo possibilidade de contato externo.
Em algumas motos não existe a possibilidade de se sentar próximo ao piloto devido à configuração dos bancos, que fisicamente separam as duas pessoas. Nesses casos, a pessoa que vai atrás deve ser instruída a manter uma condição neutra de inclinação corporal, tentando apenas acompanhar a inclinação que a moto virá a ter, e não o que o piloto irá praticar. Explique que por vezes terá que fazer mudanças corporais objetivando administrar o centro de gravidade, e que a neutralidade atrás, facilita sua tarefa – o peso da garupa é gerenciado como fazendo parte da própria moto. Já nas motos onde o contato é possível, a garupa deve ser orientada para acompanhar os movimentos do piloto, jamais se colocando em oposição aos seus gestos. A cabeça deve ser posicionada de maneira a permitir um olhar distante na direção em que se está indo. Podendo ver o que acontece a frente, a pessoa tem possibilidade de antecipar os eventos, e se preparar adequadamente para eles. Diante de curvas, a cabeça da garupa deve estar sempre do lado interno da curva, permitindo que lance seu olhar na extensão da mesma. Esse gesto simples também serve de referência ao piloto, indicando se sua companhia está atenta a pilotagem, ou não.
Procure orientar também quanto à proximidade dos dois capacetes, indicando que certa atenção deve ser dada para que eventuais toques entre os mesmos não tirem sua atenção da pilotagem, pelo desconforto que ocasionam.
Explique as reações que advêm da aceleração e frenagem, indicando – e até mesmo demonstrando – as forças que nossos corpos estão sujeitos, e como equilibrá-las. Enfatize a necessidade de certa rigidez abdominal durante esses processos, bem como as vantagens de se manter as costas retas.

Pilotagem
A forma de pilotar quando se leva uma pessoa atrás deve ser significativamente diferente da pilotagem solo. A suavidade é essencial, por isso as distâncias para aceleração e frenagem devem no mínimo duplicar. A forma como se manuseia o acelerador pode não ser percebida segurando-se o guidão, mas basta alguns minutos na posição de garupa, para perceber como mudanças bruscas na aceleração afetam quem se encontra nessa posição. O mesmo princípio se aplica a frenagem – planeje conseguir a desaceleração necessária usando as reduções do câmbio e eventualmente a adição do freio traseiro, reservando a força do freio dianteiro apenas para as situações realmente necessárias. O planejamento é essencial – promova uma interação com o meio que possa trazer a suavidade descrita acima.
Durante os processos de curva, procure obter gradativamente a inclinação, evitando mudanças bruscas de direção, para não assustar sua companhia. A suavidade no movimento permite que ela tenha mais tempo para entender e se preparar para o que está havendo, principalmente se for inexperiente. Considere que sentar atrás sem ter o que fazer é mais cansativo que pilotar, por isso, planeje paradas mais freqüentes e com maior duração.
O maior peso na parte traseira também muda o centro de gravidade, deslocando-o para trás. Isso faz com que a operação no guidão também seja sensibilizada porque um menor peso incide sobre essa roda – a energia que dispensa ao guidão terá que ser ajustada. Se a moto permitir alguma regulagem na suspensão, deve-se considerar um endurecimento na suspensão traseira, que facilitará melhor equilíbrio do conjunto. Proceda sempre com regulagens mínimas, experimentando o resultado. O endurecimento excessivo compromete a pilotagem além de causar desconforto.
O resultado de suas ações bem direcionadas, certamente conquistará mais um fã para motociclismo! Divirtam-se!