segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Parada e estacionamento


Dicas para garantir a estabilidade e segurança de sua moto quando parada


Andar de moto é muito bom, não é mesmo? Muito se fala a esse respeito e a maioria dos temas relacionados está tambem relacionada à sua condução em movimento. Pouco se fala a respeito dos cuidados para a parada e estacionamento – motivo pelo qual abordo esse tema nessa edição.

Por ser um objeto dependente de equilíbrio é preciso ficar atento para que quando a moto esteja parada, possa se manter equilibrada e estável. Para efeito de análise, abordo o tema sob duas instâncias – parada com o piloto encima da moto e parada de estacionamento, onde o piloto desmonta dela.

Parar a moto em um lugar nivelado deve ser o objetivo principal, mas que raras vezes pode ser alcançado devido à topografia da maioria dos lugares por onde trafega. Sempre que possível, e táticamente viável, ambos os pés devem ser utilizados apoiados ao solo para garantir o melhor equilíbrio com o menor eforço para o piloto. No entanto, as circunstãncias da parada devem tambem orientar o motociclista quanto à necessidade de eventualmente manter um dos pés apoiado no estribo ou pedaleira.

Uma correta observação do meio é essencial para determinar qual o melhor curso de ação, uma vez que cada circunstância será ligeiramente diferente. Note inicialmente que nos deslocamos em um plano com dois eixos em relação ao eixo da moto. O eixo perpendicular que determina se estamos subindo, descendo ou nivelados em dado momento, e o eixo paralelo, caracterizado pela inclinação lateral que o pavimento pode ter. Toda e qualquer parada deve envolver a observação topográfica do local quanto à inclinação de seu pavimento e a necessidade operacional imposta pelo meio.

Salvo parada prolongada, a moto deve ser mantida engatada na primeira marcha em prontidão para saída. Para tanto, é necessário que o planejamento antes da parada envolva essa premissa, procedendo o usuário com reduções sucessivas até que, proximo a parada, esteja em condições de engatar a primeira marcha. Essa atitude deixa a moto configurada para a saída, garantindo ótimo tempo de resposta em qualquer situação.

Tanto em subidas quanto em descidas sem inclinação lateral, a programação de parada deve levar em conta o engate da primeira marcha nos momentos que a antecedem, para que o pé esquerdo possa descer e apoiar no chão, mantendo o pé direito no estribo para poder controlar o freio traseiro. A exceção para essa regra deve ser a inclinação lateral do pavimento com declive para o lado esquerdo. Nessa circunstância, o controle do freio deve se dar exclusivamente com o dianteiro, para que o pé direito possa ser levado ao solo, em direção ao aclive. Se o planejamento não levar isso em consideração, pode ocorrer de se apoiar o pé voltado para o declive, e por diferença de altura, provocar uma maior inclinação da moto tendo que arcar com todo o seu peso naquele pé.

Tenha em mente que a situação de maior risco de queda nessas circunstâncias está ligada a inclinação lateral do pavimento, porque impede que ambos os pés sejam usados para o apoio de maneira integral. A regra deve ser observada da seguinte forma: desce para o solo o pé voltado para a subida e nunca o inverso. Para um melhor equilíbrio, deve se posicionar o corpo levemente inclinado para o mesmo lado em que o pé está apoiado, neutralizando a tendência da moto se desequilibrar para o lado do declive.

Para as paradas que envolvam estacionamento, deve se observar também a topografia, uma vez que motos não possuem o freio de estacionamento. (Há exceções). O planejamento deve incluir o raciocínio que a roda dianteira deve sempre estar apontando em direção à subida e, sempre que possível, a traseira apoiada em qualquer forma de calço que impeça ela de deslizar para trás e para baixo. A justificativa está na observação de que a moto terá de sair dessa posição em algum momento, e se for apoiada ao contrário, seu piloto terá de fazer força com os pés para tirá-la dessa posição, enquanto da forma correta, usaria o motor para a tarefa.

É importante tambem notar que a ausência de freio de estacionamento impele no sentido de manter a moto engatada em primeira, quando parada e desligada, para cumprir esse papel. Constitua essa pratica como hábito para que nunca se esqueça e sempre pare a moto engatada. Assim, se por ventura ela tender a se deslocar para frente ou para trás em função da topografia, isso não acontecerá. Ao desligar a moto estando engatada, depois de liberar a embreagem, movimente a moto ligeiramente para frente e para trás para se certificar de que está de fato apoiada na tração imposta pelo engate da marcha. Somente estando engrenada, apoie-a no descanso lateral.

Para o estacionamento de motos que possuem cavalete central, esse deve ser usado sempre que a moto estiver em lugar nivelado, mas em se tratando de desnível, a melhor opção é o descanso lateral. Sempre que possível, opte por lugares estáveis que ofereçam acesso a moto por ambos os lados, evitando que a proximidade de outras motos mal apoiadas possa constituir risco à sua. Depois de desmontar, certifique-se que a moto ficou bem apoiada movimentando-a ligeiramente em todas as direções através da manipulação do guidão. Se sentir que ficou pouco estável, mude de posição ou de lugar até que a movimentação provocada no guidão não constitua risco de queda.

Por fim, evite dixá-la parada por muito tempo. Uma moto foi feita para andar e não para ficar parada. Até a próxima!


6 comentários:

  1. Um comentário e uma pergunta !

    Comentário !!

    Muito oportuna e bacana essa sua matéria sobre desnivel do terreno, eu outro dia encontrei um amigo meu numa parada na estrada e ele estava com uma Triumph Tiger 1050 e eu com minha CBR1000RR, conversamos um pouco e ele na saida me disse se eu poderia ir com a moto dele, assim ele andaria um pouco com a minha....

    Aceitei de imediato, pois ainda não tinha andado na Tiger, esse cara é muito amigo meu e sabe pilotar bem.

    Ja pra subir na Tiger, foi uma primeira dificuldade, pois do "alto" de meus 1,72 e eu estava de macacão de couro que limita um pouco os movimentos...alem do terreno que não era nivelado.....

    Mas depois de que se sobe e anda, a altura da moto e do banco caem no esquecimento..... e a moto é realmente muito boa.

    Ocorre que depois de andar alguns Kms, fazer algumas curvas, fomos trocar novamente as motos para seus devidos donos e meu amigo parou nos muitos desnivelados acostamentos de nossas estradas !!! kkkkkkkkkkk

    Pra descer da Tiger foi uma tortura !!!! Eu até falei pro meu amigo que tava com minha moto, da baixinha RR é moleza descer num acostamento desses ainda mais que vc é alto, dessa Triumph não é facil não, já que acostamento desnivelado e uma cara de estatura mediana complica !!! kkkkkk Dificuldade superada, motos com seus respectivos donos, voltamos pra Sampa, numa boa !!! he he he !!!

    Pergunta :

    Como só ando com a moto de final de semana, tenho por hábito, liga-la todos os dias ou no maximo um dia sim um dia não..... e pelo menos uma pequena volta no meu bairro....

    Ocorre que Sampa a 45 dias tem chovido torrencialmente e principalmente á noite que é a hora que chego em casa !

    Ouvi dizer que não se deve deixar a moto com o motor ligado estando ela no descanso lateral...pois ela estando desnivelada, isso compromete o sistema de embreagem pq a moto estando inclinada o óleo não chega a lubrificar adequadamente o lado direto do motor e ali encontra-se o sistema de embreagem !!!

    Isso procede ? Compromete o sistema de embreagem por falta de lubrificação ?

    (por via das duvidas, sempre tenho deixado a moto qdo funcinando qdo a moto fica ligada na garagem no cavalete rapido) ou seja ela completamente nivelada.

    Grande abraço e mais uma vez parabéns pela excelentes matérias deste blog...

    Wado

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  2. Oi Wado,
    Não tenho um conhecimento profundo em mecânica, mas analisando apenas do ponto de vista da lógica, diria que não procede.

    Considero o fato que o motor irá trabalhar em todos os ângulos de inclinação pelo próprio tipo de movimento que a moto tem que executar para se locomover. Além do movimento lateral de inclinação, existe a força centrífuga em cada curva que além de pressionar o fluido lateralmente pressiona-o para baixo por conta da aceleração da gravidade. (Força G).

    Acredito que os engenheiros preveram essas circunstâncias e planejaram de acordo, e se nessas circunstâncias o motor não sofre qualquer dano, não me parece coerente que sofra com forças muito menores. (Quando parada).

    Salvo grosseiro engano, existe uma bomba de óleo responsável por manter o óleo circulando sob condições apropriadas, e seu papel é de manter todas as peças devidamente lubrificadas e refrigeradas, inclusive a embreagem.

    Como medida cautelar, eu colocaria a moto em pé apenas na ignição inicial, mas não teria o menor problema em deixá-la funcionando por algum tempo no descanso lateral. Vale lembrar que esse tempo tmb não deve ser excessivamente longo porque qualquer moto precisa de refrigeração para dissipar a caloria gerada pelo motor. Algumas usam refrigeração a ar outras liquidos, mas precisam de refrigeração.

    Acho, portanto, que a colocação não procede, mas enfatizo que não sou expert no assunto, recomendando que tire ainda essa dúvida através de mecânico gabaritado que possa explicar corretamente o processo e as conclusões que derivam dele.

    Abraço!

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  3. Valeu Nenad !

    Eu tb tenho a mesma opinião que vc, mas li isso não sei onde de que pode dar problema e por vias das duvidas, como não ando direto com a moto tenho colocado ela qdo funcionando parada no cavalete esportivo.... he he he !!!

    Se eu souber de algo diferente eu posto aqui !!

    Grande abraço e muito obrigado pela sua atenção !

    Em tempo : Como chove nessa terra chamada Sampa !!! he he he !!!

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  4. Olá .Sou leitor assiduo do blog e tenho um questionamento. Pretendo adquirir uma moto cargo, tipo triciclo mas como tenho limitação de movimento no pé esquerdo gostaria de transferir o cambio de troca de marchas para o lado direito ou uma das manetes...isso é possivel do ponto de vista mecanico?como seria?

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  5. Existem adaptações feitas nesse sentido, mas acredito que optar por algum modelo de moto com cãmbio automático seria mais barato que buscar tal adaptação. Sugiro que consulte alguem com maior experiência em mecânica, meu forte é pilotagem. Abraço!

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  6. Olá!Sei que estou lendo os depoimentos hoje(23/05/2011)e não sei se o que vou informar para a "blog da amusb", ainda vai servir.
    Conheço um profissional que faz as adaptações para o lado direito da moto. No guidão ele até faria, mas uma vez, me disse que ficaria muito caro. Ele é engenheiro mecânico, e muito bom no que faz. Se quiser vai ai o telefone dele. É em Santo André-SP. (11)4975-7760 / 9961-2175.Se ligar, fala que foi o Fabio Rosa da Apache RTR 150. Abçs

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