segunda-feira, 20 de junho de 2011

Trânsito além de nossas fronteiras


Conheça um pouco dos hábitos e costumes no trânsito de nossos vizinhos

Ao nos depararmos com um veículo com placas estrangeiras, esperamos que seu condutor tenha plena ciência de nossas regras e legislação, não é mesmo? Pois o mesmo vale para nós quando estamos além de nossas fronteiras, visitando nossos vizinhos sul-americanos – precisamos nos adequar às suas regras de conduta e sua legislação.

A questão mais importante é a segurança de todos, mas não é a única – é preciso lembrar que em visita a outros países, somos embaixadores brasileiros, e representamos nossa cultura, educação e costumes. Daí a importância de tomar conhecimento prévio a respeito das particularidades no trânsito de nossos irmãos continentais.

Um dos aspectos mais importantes é a observação da conduta que os outros têm frente ao trânsito – a forma de dirigir, mudanças de faixa, agressividade, uso de sinais, buzina, etc. Apenas observando esses habitos, é possível generalizar como cada região e povo se comportam na condução de seus veículos. Tenha em mente que a generalização é uma conduta adotada pela maioria em dado momento, tendo que ficar sempre alerta às exceções – e isso em qualquer lugar, inclusive aqui. Como o Brasil tem um vasto território, diferentes regiões tendem tambem a ter diferentes costumes ao volante – motoristas das grandes capitais são frequentemente mais agressivos que os encontrados em cidades do interior, por exemplo.

Nossos "vizinhos", assim como nas diferentes regiões brasileiras, tem suas particularidades. Os peruanos costumam ser mais dóceis no trânsito; os bolivianos, mais competitivos e desorganizados, especialmente perto das cidades maiores; O argentino tende a ser mais solidário e ágil no trânsito; o chileno é o mais ordeiro e maior seguidor das leis e limites locais. Já o uruguaio é o que mais se assemelha a nós.

Maus motoristas encontram-se em qualquer lugar do planeta, por isso, esteja sempre atento à atitudes que possam lhe colocar em risco. Em regiões de cordilheiras, é comum se priorizar as “maiores dificuldades” enfrentadas por um motorista de caminhão, cedendo-lhe sempre o maior espaço possível, e em especial, nas curvas, pois isso é uma coisa que eles “cobram”.
No Chile e na Argentina - principalmente nas cidades maiores - o uso da buzina é comum. Para ocasiões em que estamos acostumados a dar um leve toque na buzina, os motoristas destas cidades preferem um toque mais longo (bem mais longo). No Brasil nos sentiríamos incomodados  e até irritados com isso. Não fique. É cultural.

O respeito aos demais usuários da via é uma questão de cidadania também – principalmente o respeito ao pedestre. No Chile é muito comum ver carros e motos parando assim que um pedestre inicia uma travessia.

Em boa parte da Argentina a população possui motocicletas de pequeno porte que seguem o fluxo pelos acostamentos e em baixa velocidade. Os veiculos maiores estão acostumados a ultrapassar essas motocicletas sem sinalizar ou sem respeitar o sinal de passagem de quem esta à frente – mesmo quando o trânsito permite que seja diferente,  essas motos seguem pela direita ultrapassando os veículos maiores. Fique atento, pois esse fato influencia diretamente no momento de ultrapassagens em estradas e ruas – assim como a predominância de motos pequenas, influencia a decisão de um motorista desses locais quanto ao tempo que tem para executar sua manobra. É comum subjulgar a velocidade com que nos aproximamos deles, achando que estamos mais lentos do que de fato nos locomovemos com motos maiores.

Em estrada, estamos acostumados a dar seta pra esquerda quando não se pode ultrapassar por motivos de segurança e seta pra direita quando a ultrapassagem é segura. Na Argentina,  ocorre exatamente o inverso – isso se dá porque antigamente, naquele país, as luzes de sinalização eram verdes na esquerda e vermelhas na direita, indicando portanto, siga ou pare de forma inversa.

Outra particularidade está ligada ao habito de lampejar o farol alto ao cruzar com outro veículo. Enquanto é nosso costume fazê-lo quando há algum tipo obstáculo à frente, na Argentina, Chile e Uruguai os motoristas estarão apenas lhe cumprimentando, sem qualquer outra intenção.

Na Venezuela, o perfil dos motoristas é mais agressivo em relação ao trânsito das motos. No país com o combustivel mais barato do mundo, os veiculos têm potência de sobra sem preocupar-se com o consumo, resultando em médias de velocidade muito altas. Esteja sempre atento aos retrovisores, por maior que seja a sua velocidade – semrpe vai ter alguem mais rápido tentando passar, literalmente, por cima de você!

O sobe-desce das cordilheiras é facinante para o turista, mas tambem é caminho utilizado pelos trabalhadores do transporte que tem habilidade nos veiculos de grande porte que conduzem. No geral, facilitam ultrapassagens de veículos menores, mas é prudente não abusar. Não force ultrapassagens em estradas sinuosas, até porque você pode parar logo a frente para fotografar ou admirar a paisagem. Lembre-se, você está à passeio e eles trabalhando, com horários à cumprir, stress, etc. Se alguém tem de ser paciente, esse é você.

Os “motoristas de final de semana” existem em todos os cantos do mundo. Mantenha distância deles sempre que possível. Seja cordial e redobre a atenção. Lá fora, estará sujeito a lei local e sendo estrangeiro no país, estará sempre em desvantagem.

Respeitar as leis de trânsito é um dever do motociclista, assim como não ser importunado pelas autoridades sem motivo é um direito. Mas algumas regiões são famosas por abordagens policiais desgastantes e outras vezes corruptas.  As acusações mais comunus são ultrapassagem em local proibido e excesso de velocidade. Procure sempre respeitar as leis de trânsito para evitar dar motivo à abordagens irregulares.

Alguns de nossos vizinhos tem em sua frota pequenos triciclos, as vezes motocicletas adaptadas ou mesmo os famosos ‘tuk-tuk’. Tais veículos se comportam no trânsito de uma forma particular podendo parar repentimanente. Não se esqueça da velha lei do “ver e ser visto” – nos veículos adaptados, o numero de zonas mortas no campo de visão é enorme. Esteja atento às suas intenções no trânsito, para reagir defensivamente.

Nas estradas de terra, também utilizadas por veículos maiores, não há muito respeito quanto a mão de direção, preferindo estes circular por onde  o pavimento está em melhores condições. Fique muito atento durante as ultrapassagens, certificando-se sempre de ter sido visto e sua intenção compreendida. Leve também em consideração os detritos e poeira que eventualmente possam estar sendo levantados por eles e faça as ultrapassagens com muita calma e ponderação.

Pilote sempre bem equipado e dentro das normas de circulação de cada lugar que visitar. Boa viagem!

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