quinta-feira, 26 de março de 2009

Rota ou destino?

Em uma viagem de moto a rota escolhida pode ser tão importante quanto a escolha do destino. Veja como equilibrar sua viagem.

Por que viajar de moto? A análise dessa pergunta nos direciona a diversas respostas, entre as quais o destino e a viagem em si têm papel predominante. Uns elegem o destino como sendo o aspecto mais importante da viagem, enquanto outros não se importam tanto com onde estão indo, mas como e com quem irão chegar lá. Essa observação nos fez ponderar sobre diferentes aspectos que devem ser levados em consideração quanto ao planejamento, e essa é a reflexão que apresentamos esse mês a vocês.

Se um destino foi determinado, busca-se uma rota direta, curta e eficiente, o que pode também ter um aspecto árido, sem emoção. Se por ventura existir ainda alguma pressa, considere a viagem de avião porque a moto, apesar de sua agilidade, não combina com essa idéia. O equilíbrio está em uma "pitada" de emoção que pode ser acrescentada através das rotas determinadas para chegar aonde se pretende. Uma coisa é certa: a segurança deve estar em primeiro lugar, o que já nos coloca uma série de questões.

Moto e seus predicados

A moto escolhida é capacitada para executar essa tarefa? Em princípio, todas são capazes, mas algumas oferecerão uma condição técnica superior devido as suas características, portanto é importante levantar os caminhos que o levam até o destino, e adequá-los às características da moto pilotada.

As motos do estilo "custom" se adaptam melhor em roteiros que compreendam estradas bem pavimentadas e retas. Para as estradas mais sinuosas, as motos "street" e esportivas encontram-se "em casa", enquanto as motos do tipo "trail" e "off-road" são talhadas para aquelas estradas de terra no meio do campo. Independente de seus predicados naturais, todas podem fazer incursões em ambientes não tão adequados a elas, mas com cuidado redobrado. Analise o roteiro: Oferece risco aceitável ou condição de dificuldade que pode ser tratada como uma "aventura"? Muitas vezes a estrada principal pode oferecer uma rota mais curta para um ponto, mas devido às suas características e trânsito, uma vicinal pode oferecer maior segurança. A rota também deve levar em consideração a habilidade e experiência do motociclista, optando sempre em manter a segurança em primeiro lugar.

Conseqüências do clima

A climatologia é significativa por diversas razões – não é somente a questão da chuva, por exemplo, mas tudo que ela acarreta, como maior quantidade de bagagem, maior limitação visual, risco devido ao pavimento mais instável, velocidades mais baixas e, portanto, mais tempo necessário para a viagem. Frio e calor exigem diferentes equipamentos, alterando a carga e conseqüente peso da moto. De fato, o clima determina e orienta boa parte das decisões a serem tomadas. A principal fonte de informação dessa área é a internet, oferecendo diversos sites que estudam os fenômenos meteorológicos. Uma boa fonte alternativa é se informar com outros viajantes que tenham executado sua rota em época semelhante – com certeza trarão dados que não podem ser obtidos de outra forma. Apesar da internet hoje ser a principal fonte de pesquisa para quase tudo, devemos considerar que nem tudo que se encontra é valoroso, por isso, certifique-se sempre com mais fontes de referência.

Logística

Definido o tipo de estrada em que pretende viajar, pode-se determinar por onde se quer passar e o que se deseja conhecer. Irá entrar em grandes cidades ou passar longe delas? Deseja ou não conhecer os principais pontos turísticos da região? Para conhecer alguns pontos turísticos, deve se informar com antecedência sobre endereços, preços de ingressos para determinadas atrações, facilidades de acesso e horários de funcionamento, para evitar chegar num local fora de seu horário de visitação, por exemplo. Nas cidades grandes, pesquise sempre o calendário de festividades, para evitar problemas de hospedagem como aumento de custo ou mesmo falta de quartos. O mesmo raciocínio se aplica no planejamento da alimentação – pesquise por restaurantes que ofereçam alimentação a que está acostumado, preferencialmente. Sugerimos começar a pesquisa de uma forma mais ampla e ir estreitando os resultados, como, primeiro pesquisar pelo nome da cidade, depois verificar o site da prefeitura, algum site particular sobre a cidade e finalmente as principais atrações que lhe chamarem a atenção. As distâncias entre pontos interessantes devem ser observadas com cuidado, para que os pontos de abastecimento casem com lugares que ofereçam melhor estrutura de apoio. Use e abuse de todos os recursos disponíveis para obter o máximo em precisão. GPS sempre deve ser conferido com um mapa e vice-versa. Evite ficar dependendo exclusivamente de uma fonte de informação. Se ela falhar, ficará desamparado.

Companhia

Nós motociclistas temos a preferência pelo agrupamento com outros que compartilham de mesmos interesses, por isso, é muito comum ver grupos nas estradas. Se essa for sua preferência, a rota e destino devem também se encaixar atendendo as necessidades do grupo. As motos, por exemplo, devem todas ter a capacidade de enfrentar a rota determinada, independente de modelos ou cilindradas. A dinâmica de um grupo normalmente é mais lenta, obrigando o planejamento de maior tempo para deslocamento. A acomodação dos diversos planos faz com que todos tenham que exercitar a paciência no momento de decidir quais as atrações da rota a serem visitadas, e quanto tempo será dedicado à atividade. A preservação da harmonia por vezes exige sacrifícios. Escolha com cuidado seus parceiros de viagem para não se ver em situação onde está atrelado a pessoas e interesses que não mais correspondem aos seus.

Como a idéia prevalecente é se divertir, faça seus planos de roteiro de maneira a ter pelo menos uma aventura. Será uma coisa que guardará para sempre na memória e contará com orgulho às futuras gerações. Aventure-se!


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