terça-feira, 28 de julho de 2009

A primeira viagem

Não importa se você possui uma 125 ou uma 1250cc, a emoção da primeira viagem de moto estará para sempre presente em sua memória.

Tomar a decisão de fazer a primeira viagem de moto não é fácil – o medo, que faz parte da nossa natureza, nos protege das coisas potencialmente perigosas e do desconhecido, gerando sempre alguma tensão. É por isso que esse mês, nós viemos lhe dar uma "forcinha" para dar esse primeiro passo que é decidir se aventurar um pouco.

Tenha em mente que toda grande jornada começa pelo primeiro passo, e nesse caso, é a decisão firme e irreversível de conquistar algo novo em sua vida. Sempre encontrará pessoas que lhe colocarão uma série de empecilhos em se tratando de uma viagem de moto – é perigoso, que sua moto é pequena, e tantos outros. Não se deixe vencer – qualquer coisa é possível quando existe vontade e método.

Seja realista no desenho de seu projeto e trace um plano de viagem compatível com sua experiência motociclística, mesmo que seja pouca. Lembre-se que ninguém nasceu sabendo, e que todos tiveram que dar esses primeiros passos um dia. Comece por escolher um destino que não esteja muito longe, mas que também não esteja tão perto que retire do contexto o sabor de uma aventura. Nas próximas viagens, aumente gradativamente as distâncias e graus de dificuldade. A cada viagem acumulará experiências que não só lhe tornarão uma pessoa mais completa, como certamente trarão muitas histórias para dividir com aqueles próximos de você.

Dicas básicas de preparação
Uma vez decidido o destino, trace a rota que deseja percorrer observando a capacidade de sua moto, principalmente se envolver mudança no tipo de pavimento. Planeje paradas estratégicas para abastecimento, onde poderá verificar também outros itens, garantindo a segurança. Para a maioria das motos, o número a considerar é 200 km, por conta da autonomia. Nessas paradas, verifique se a bagagem continua bem presa, e se a moto precisa de outros detalhes como lubrificar a corrente, por exemplo. Para se ter ciência de tudo que a moto necessita, recomendamos a leitura prévia do manual do proprietário, que além de informar, traz dicas de como melhor utilizar o veículo em questão.

Faça uma revisão prévia na moto – se preciso, troque óleo e filtros, pois a estrada sempre exige mais dos componentes mecânicos. Confira o estado e funcionamento de freios, bem como o estado geral e pressão dos pneus. Mantenha a corrente (quando houver) esticada e lubrificada – sempre de acordo com a indicação do fabricante.

Prepare agora seu equipamento de proteção: roupas em couro ou cordura são as recomendadas, preferencialmente impermeáveis. Jaquetas, botas, luvas e capacete, sempre de uso motociclístico. Luvas ajudam a proteger do sol e do vento, além dos detritos que podem ser lançados por outros veículos. Não esqueça que o capacete deve ser bem tratado, estar dentro de seu prazo de validade e sempre ser portado afivelado e com a viseira fechada. Opte em conciliar proteção e conforto na utilização, para ter o melhor em segurança.

A acomodação da bagagem depende do tipo da moto, sendo a forma mais comum o uso de malas rígidas ou flexíveis, posicionadas na lateral traseira da moto, bem como na rabeta. Nada impede que você possa pegar a estrada com sua mala presa ao banco da garupa também. Use para isso aranhas ou extensores elásticos apropriados. Lembre-se de sempre conferir a fixação, e fique atento para não exceder os pesos recomendados para transporte tanto nos invólucros quanto da própria moto. Evite a todo custo viajar com mochilas presas ás costas, para evitar o desconforto causado pelo peso e a limitação de movimentos que impõe.

Antes de iniciar sua aventura, prepare-se para alguma resistência por parte de familiares e amigos. A maioria vê a moto como risco desnecessário, desconhecendo suas propriedades "terapêuticas". Seja firme e procure tranqüilizá-los, explicando as diferentes etapas que passará bem como a forma com que irá manter contato durante a viagem. Faça o possível para manter o combinado, evitando com que se preocupem desnecessariamente.

Uma vez na estrada, prepare-se psicologicamente para a adversidade. Em caso de chuva, a medida mais prudente é parar em local seguro, mas caso queira prosseguir mesmo assim, certifique-se de estar trajando roupas adequadas totalmente impermeáveis, e aproveite para exercitar sua sensibilidade nos comandos – a chuva é muito educativa. Lembre-se também que a bagagem deve estar acondicionada apropriadamente para que possa prosseguir – sacos plásticos normalmente dão conta do recado.
A idéia romântica de sair sem destino é um tanto quanto perigosa – a sorte sempre favorece o bem preparado. Não se ponha em sua primeira experiência na situação de risco desnecessário, apenas pelo ideal de rebeldia. O viajante moderno usa todos os recursos disponíveis para gerar conforto e segurança. Procure se informar a respeito da rota escolhida e se estiver a seu alcance adquira um GPS, ou no mínimo, mapas. Durante a viagem, mantenha sempre distância segura de outros veículos, lembrando que a pouca experiência necessita de mais tempo para uma ação adequada.

Para incidentes com pneus furados, existem "sprays" reparadores e outras formas de conserto rápido – informe-se de qual a melhor forma para sua moto. Pouco adianta levar velas, manetes, cabos ou demais peças sobressalentes, se você não tiver habilidade nem conhecimento necessário para substituí-los.
Diz o ditado popular que "devagar se vai ao longe" – certamente ele se aplica a toda e qualquer viagem de moto. Tenha paciência evitando a ansiedade de chegar logo a seu destino – curta a viagem apreciando a liberdade que a moto proporciona. Você sempre pode encontrar um cantinho para parar e apreciar a paisagem que o cerca. Opte por viajar preferencialmente durante a luz do dia, pois a noite requer realmente maiores cuidados e experiência. Evite rodar exigindo a potência máxima da sua moto, principalmente para as de baixa cilindrada – certamente será nesta situação que problemas mecânicos mais facilmente poderão acontecer.

O mais importante é se decidir a "pegar" uma estrada. Não importa seu destino ou a distância que percorrerá nessa primeira investida – abasteça sua moto e pegue a estrada com vontade! Nos encontramos pelo caminho!

4 comentários:

  1. estou pensando em ir pro chile, santiago e cordilheira no mes de julho, saindo de ponta pora ms, atravessando paraguai
    oq vc me diz:
    vou sozinho de moto

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  2. Assim fica difícil....
    Não tem nome, que moto, experiência nem qualquer outra info importante.
    O que dizer?
    Coloque seus pensamentos em ordem...

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  3. Parabens pelas dicas valiosas...estou querendo fazer uma viagem com alguns amigos, para Belem..saindo de BH.Brasilia.Goias.Mato Grosso.Para. eles vao de 1300.1000.600.e eu de 300.eles falaram a velocidade cruzeiro e de 120/140 km .sera que consigo acompanhar.obrigado.

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  4. Oi Beto,
    Acho difícil conseguir manter essa média de velocidade nessa viagem como falado por seus amigos. A média deve mesmo ficar próxima a 100 km/h com trechos mais rápidos para aqueles com motos mais potentes.
    É uma questão de se combinar. Não vejo porque vc não poderia encarar de 300. Você vai estar andando um pouco mais acima do que o recomendado como cruzeiro, mas nada demais. Obviamente que qdo derem as esticadinhas, não dá pra acompanhar, mas é preciso sempre ter em mente que o propósito da viagem é irem juntos, então é de se esperar que usem um ritmo que seja compatível com sua capacidade de produção. Abraço!

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