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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Segurança pessoal nas viagens de moto


Dicas de segurança nas viagens nacionais e internacionais

Não temos a pretensão de ensinar ninguém como cuidar do bem estar pessoal, mas reunimos nesse texto algumas situações vividas por companheiros motociclistas em suas andanças, que podem se tornar um problema para àquele que não dá atenção ao tema. O assunto segurança passa por diversas variantes que vão desde a escolha do roteiro até a escolha do horário para se encerrar o dia de viagem. Obviamente, regiões distintas reservam surpresas e perigos distintos também, mas existem situações comuns à maioria, que podem ser enfrentadas em uma estrada.

Vamos analisar alguns pontos que julgamos relevantes, começando com a escolha dos locais de pernoite. Considere que, em locais desconhecidos, quanto mais cedo você localizar um local seguro para dormir, mais tranquila será sua estadia. Chegar nas cidades de pernoite tarde, pode significar não ter tempo - nem disposição suficiente - para achar o  hotel, pousada ou albergue mais adequado às suas necessidades. Por isso, algumas dicas são importantes : procure chegar nas localidades onde pretende pernoitar no início da noite e, se possível, faça um levantamento prévio (durante a fase de planejamento) dos estabelecimentos disponíveis na cidade. Se você possuir um aparelho GPS, bons mapas costumam conter os dados para ajudá-lo a localizar esse estabelecimentos. É importante ter em mente que mesmo chegando tarde em seu destino de pernoite, vale a pena perder trinta minutos a mais para localizar um lugar adequado, mesmo estando cansado. Pode ser a diferença de uma noite bem dormida ou uma péssima, que pode comprometer todo seu dia seguinte. Taxistas e comerciantes, de forma geral, são boas fontes de referência nessa hora. Todo moto viajante já passou - ou está sujeito à passar -  por eventuais situações desagradáveis no momento do pernoite. Não deixe o cansaço ou a preguiça lhe exporem à um risco desnecessário.

O abastecimento é outro ponto crucial – planeje-o com a maior precisão possível enquanto estiver preparando seu roteiro, principalmente se estiver viajando sozinho. Na estrada, não costumamos ter muitas opções de postos de combustível e estamos sempre sujeitos a parar para abastecer em locais que podem não ser muito confiáveis. Se presentir que o local não é bem frequentado, somente abasteça e siga viagem. Deixe para beber ou comer alguma coisa em um local mais seguro. Muitas vezes queremos “aproveitar” a parada de abastecimento para ir ao banheiro ou alimentar-nos – resista à esse impulso de “ganhar tempo” se não sentir-se plenamente seguro.

Pra quem viaja sozinho, deixar a bagagem na moto sem supervisão de ninguém conhecido, faz parte da rotina de toda e qualquer parada que se faça. Seja para abastecer, alimentar-se, perguntar preços, fotografar, fazer os trâmites aduaneiros, etc. Um bom conselho é procurar ser simpático e agradável com frentistas dos postos de gasolina, guardas aduaneiros e outros funcionários do local onde você estiver, inclusive pedindo que eles “dêem uma olhada” na moto enquanto você não está presente. Não é uma garantia, mas é bem melhor do que não fazer nada. Outra medida que pode ter efeito é levar na viagem um bom cadeado com alarme de movimento – se estiver em local que lhe obrigue a deixar a moto por pouco tempo, o uso do cadeado pode lhe alertar quanto a alguém mexendo em suas coisas.

A imigração (saída de um país e entrada em outro) é um dos momentos mais tensos quando se está sozinho. Você precisa de muita atenção no preenchimento da papelada, e ainda tem de se preocupar com a motocicleta. Estacionar a moto num local visível e com a presença constante de pessoas é uma maneira de aliviar um pouco essa tensão. Fique alerta quanto aos horários de uncionamento desses estabelecimentos – alguns deveriam operar 24 hrs, mas na realidade não o fazem, com interrupções para almoço, etc. Outro fator de estresse nesse momento é a troca de moedas – você normalmente encontrará alguém - nem sempre uma empresa - para fazer a troca de moedas para você nesses locais. Troque uma quantidade pequena de dinheiro (U$ 20/50) e não se preocupe com cotações melhores. Lembre-se, você quer sair dali e prosseguir viagem o mais rápido possível, e se preocupar com pequenas perdas financeiras será uma bobagem que pode lhe colocar em risco.

Existe um número enorme de golpes aos quais você estará sujeito – desde calculadoras “mexidas” até moedas falsas. Faça o câmbio de um valor suficiente para chegar à próxima cidade, e siga viagem. Faça o possível para levar esse dinheiro para o câmbio, separado do restante de seu dinheiro. Evite contar papel-moeda na frente de muitas pessoas e prefira lugares para a transação que ofereçam alguma estrutura. Se estiver usando cartões, sempre se certifique de não estar sendo observado no momento de digitar senhas e verifique se o cartão que está recebendo de volta, é mesmo o seu. Se a transação feita for do tipo que requer assinatura em boleto, certifique-se de retirar a sua via com a cópia de seu cartão de crédito, bem como qualquer carbono que contenha informações do mesmo.

Nós e nossas motos sempre atraimos a atenção das pessoas. A maioria é bem intencionada e curiosa à respeito de nossa viagem – quem somos, porque viajamos de moto, etc. Outras, nem tanto. Perguntas como: de onde você vem, pra onde está indo, quanto vale a motocicleta, etc. podem parecer - e de fato serem – ingênuas, mas fornecem informações importantes para alguém inescrupuloso. Procure responder de maneira mais genérica possível, sem ser antipático. Respostas do tipo : “Não sei quanto a moto vale, nunca pesquisei...” ou “estou seguindo rumo ao norte...” são bem vindas e não revelam muito sobre seus planos e/ou patrimônio. Nessas ocasiões evite também manusear equipamentos eletrônicos, como máquinas fotográficas, celular ou GPS.

O celular é uma ferramenta inestimável – não viaje com ele ligado, se não for operacionalmente necessário – poupando sua bateria, poderá contar com ele em uma emergência. O mais prudente é ter um segundo aparelho, mais simples, guardado em local seguro, caso esteja viajando por locais conturbados.

Essas dicas tem por finalidade apenas lhe lembrar de toda sorte de circunstâncias que um moto-turista está sujeito – não subjulgue as situações ao seu redor por apenas estar de passagem. Em determinados momentos podemos ser envolvidos por acontecimentos alheios a nossa vontade. Use sempre o bom senso e mantenha o foco no prazer e relaxamento que uma viagem assim pode lhe proporcionar. Nunca permita que circunstâncias negativas sejam motivo de preocupação nem para você e nem para quem está aguardando notícias suas. A sorte sempre favorece o bem preparado! Divirta-se!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fronteiras Sul-americanas

Dicas e documentos necessários para viagens pelos nossos países vizinhos

Com a melhoria de nossa economia e a balança comercial favorável em relação aos demais países da América do Sul, temos visto crescer muito o número de motociclistas brasileiros que se aventuram por terras estrangeiras. Como sempre, os primeiros passos costumam ser dados em nossa própria vizinhança – para auxiliar no planejamento das aventuras de nossos leitores, nesta edição abordaremos as principais características e documentação necessária para cruzar fronteiras de nossos vizinhos. Começaremos pelos mais visitados: Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai:

ARGENTINA

Características:

A Argentina tem como principais atrativos a cultura na capital do país e a natureza no interior. Em Buenos Aires encontra-se lojas, cafés e ambientes requintados, além das tradicionais apresentações de tango e seus monumentos históricos. Um pais de grande território com caminhos on e off road para todos os gostos e estilos. Desertos, lagos nevados, cordilheiras e milhares de quilômetros com diferentes fronteiras rodoviárias com o Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai. Devido ao MERCOSUL, a burocracia nas fronteiras é quase nula.

Documentos Obrigatórios:

- RG (com menos de 10 anos de emissão) ou PASSAPORTE válido;
- CNH válida ou P.I.D. (Permissão Internacional para Dirigir);
- Documento de Porte Obrigatório do Veículo (C.R.L.V. ORIGINAL)
- QUANDO O VEÍCULO ESTIVER FINANCIADO/ALIENADO ou EM NOME DE TERCEIROS: carta de autorização para viagens ao exterior (especificando os países a serem visitados) emitida pelo banco/financeira/proprietário, com firma reconhecida e protocolado nos respectivos consulados dos países a serem visitados.
- SEGURO CARTA VERDE (*)

·Dicas:

O povo argentino, de maneira geral, é muito amistoso e gentil com motociclistas brasileiros. Aproveite para desfrutar de boas conversas saboreando vinhos e carnes de qualidade e esqueça qualquer tipo de preconceito contra nossos "hermanos". Tenha atenção redobrada nas grandes cidades – o trânsito é tão caótico quanto em qualquer cidade grande brasileira.

CHILE

Características:

O Chile se estende por milhares de quilômetros entre o Oceano Pacifico e a Cordilheira dos Andes, quilômetros temperados com pratos e vinhos sem iguais em nosso continente. É destino escolhido por muitos moto-viajantes que procuram aventura, historia ou apenas turismo. O Chile tem uma vasta cultura vinícola que merece ser conhecida mesmo por quem não aprecia a bebida.
Certamente a viagem de moto ao Chile é marcada pelos contrastes de temperatura, altitude, cultura e paisagem. Geleiras, vulcões e desertos caracterizam as paisagens chilenas e são as principais atrações deste nosso vizinho. Poucos quilômetros podem separar a costa do Pacifico até os mais altos pontos na Cordilheira dos Andes. As estradas estão, em sua maioria, em bom estado e bem sinalizadas.

Documentos Obrigatórios:

- RG (com menos de 10 anos de emissão) ou PASSAPORTE válido;
- P.I.D. (Permissão Internacional para Dirigir);
- Documento de Porte Obrigatório do Veículo (C.R.L.V. ORIGINAL)

-Carteira Internacional de Vacinação (Febre Amarela)
- QUANDO O VEÍCULO ESTIVER FINANCIADO/ALIENADO ou EM NOME DE TERCEIROS: carta de autorização para viagens ao exterior (especificando os países a serem visitados) emitida pelo banco/financeira/proprietário, com firma reconhecida e protocolado nos respectivos consulados dos países a serem visitados.
- SEGURO CARTA VERDE (*)

Dicas:

A polícia chilena é conhecida por sua idoneidade e rigor no cumprimento da lei, portanto, obedeçam as regras de trânsito sem concessões. O nosso famoso "jeitinho" não é muito apreciado por essas bandas.

URUGUAI

Características:

Um dos menores países da América do Sul, com uma população de pouco mais de três milhões de pessoas – sendo que um milhão e oitocentos mil pessoas residem em sua capital, Montevidéu. O Uruguai é um país essencialmente rural. Essa definição contrasta com sua capital em estilo europeu, rica em cultura e história e que consegue ser aristocrática e sofisticada ao mesmo tempo. Além de Montevidéu, Punta del Este é outra grande atração deste nosso vizinho. Muitas outras cidades no interior do Uruguai são menos conhecidas mas também possuem muitos atrativos, principalmente para quem se interessa por regiões campestres e bucólicas.

Documentos Obrigatórios:

- RG (com menos de 10 anos de emissão) ou PASSAPORTE válido;
- CNH válida ou P.I.D. (Permissão Internacional para Dirigir);
- Documento de Porte Obrigatório do Veículo (C.R.L.V. ORIGINAL)
- QUANDO O VEÍCULO ESTIVER FINANCIADO/ALIENADO ou EM NOME DE TERCEIROS: carta de autorização para viagens ao exterior (especificando os países a serem visitados) emitida pelo banco/financeira/proprietário, com firma reconhecida e protocolado nos respectivos consulados dos países a serem visitados.
- SEGURO CARTA VERDE (*)

Dicas:

As estâncias balneárias menos badaladas – e portanto com menor fama internacional – são ótima escolha para quem quer se divertir no verão fugindo da badalação de Punta del Este. Pouco mais ao sul de Punta, encontra-se Punta Diablo, freqüentada, em sua maioria, por jovens em torno dos vinte e cinco anos, como um bom exemplo desses balneários. O interior uruguaio também vale muito à pena ser conhecido.

PARAGUAI

Características:

Muito mais que um paraíso de compras além da fronteira, o Paraguai tem cultura e historia associadas com belezas naturais e muita produção agrícola, cenários interessantes pra quem quer rodar de moto por aquele país. As principais fronteiras rodoviárias com o Brasil estão no Mato Grosso do Sul em Ponta Porã, no Paraná em Guairá com Pedro Juan Caballero e emFoz do Iguaçu com Ciudad del Este. Geralmente lugares muito movimentados por causa das zonas francas lotadas de pessoas fazendo compras.

Documentos Obrigatórios:

- RG (com menos de 10 anos de emissão) ou PASSAPORTE válido;
- CNH válida ou P.I.D. (Permissão Internacional para Dirigir);
- Documento de Porte Obrigatório do Veículo (C.R.L.V. ORIGINAL)
- QUANDO O VEÍCULO ESTIVER FINANCIADO/ALIENADO ou EM NOME DE TERCEIROS: carta de autorização para viagens ao exterior (especificando os países a serem visitados) emitida pelo banco/financeira/proprietário, com firma reconhecida e protocolado nos respectivos consulados dos países a serem visitados.
- SEGURO CARTA VERDE (*)

Dicas :

Quem pretende viajar pelo Paraguai – e não só visitar as cidades fronteiriças – deve prestar muita atenção durante sua entrada neste país pois como o trânsito de turistas em compras é livre, você dificilmente será abordado por policiais ou oficiais aduaneiros. Não se esqueça de fazer a imigração – e importação temporária da moto – na fronteira. Existem muitos relatos de viagem por aquele país onde é comum a abordagem policial pelas rodovias, sendo repetido o procedimento em todos os poucos quilômetros. Tenha paciência e responda a abordagem policial com tranqüilidade e cordialidade.


(*) Conhecida também como Carta Verde, é um seguro para terceiros com validade para Argentina, Chile, Paraguay e Uruguay. Este pode ser contratadado por frações diárias de 3, 7, 21 e 30 dias para permanencia nestes países.
A maioria das corretoras não contratam seguros desta espécie para motos, sendo necessário buscar por empresas especificas, geralmente situadas nas fronteiras com os paises vizinhos.
Importante: Nunca compre o seguro de ambulantes que estão nas regiões de fronteira. Recomenda-se tambem adquirir este seguro no país de origem - onde sua moto é emplacada. O motivo deste conselho é para no caso de um sinistro você ter mais segurança do contato com o seu corretor de seguros.
Além das fronteiras, este seguro pode ser encontrado com preços mais atrativos, porém pode haver cobertura limitada ou não validade quando comprados por estrangeiros. Fique atento.

Nas próximas edições, mais dicas sobre nossos vizinhos e suas exigencias de documentos. Até lá!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Alimentação e saúde

Neste mês, dicas sobre dois assuntos ligados ao bem estar pessoal do motociclista viajante

Alimentação fora de casa
Dificilmente encontrará na estrada aquele tempero com qual está acostumado, por isso procure locais apropriados para suas refeições durante as longas viagens.

Restaurantes mais freqüentados, com maior fluxo de alimentos, provavelmente ofereçam mais higiene e segurança na preparação dos mesmos. Evite comer em demasia, principalmente em lugares muito quentes e se vai pilotar em seguida, pois devido à digestão, poderá ter uma sonolência incontrolável. Tenha em mente na escolha do cardápio, que alimentos não cozidos têm mais chances de estarem contaminados. Diante de pratos exóticos ou diferentes do seu habitual cardápio, não hesite em perguntar a forma de preparo – é possível encontrar comidas muito temperadas ou que tenham substâncias não toleradas pelo seu organismo. Esteja sempre atento à lactose e glúten, no caso de intolerância aos mesmos, bem como o excesso de sal ou pimenta para os hipertensos.

Tenha atenção redobrada com os frutos do mar, que podem não fazer mal aonde você esta acostumado a comer, porem em outras regiões, podem lhe causar diarréias preocupantes. Em caso de duvida, parta para os industrializados – mais vale um lanche saudável do que uma refeição imprópria. Explore nos rótulos o conteúdo dos produtos e confie nas marcas mais conhecidas para uma alimentação alternativa.

Em países vizinhos como Peru e Bolívia, a cultura local não privilegia a higiene no feitio dos alimentos, podendo ocasionar uma diarréia que por si só é indesejável, quanto mais durante uma viagem. Dentro de sua pequena farmácia, leve também um reparador de flora intestinal, além de medicação para o fígado.

Para a hidratação, prefira as águas minerais industrializadas, bebidas esportivas ou em último caso, refrigerantes. O corpo perde uma quantidade significativa de líquidos e sais minerais através da transpiração quando em atividade prolongada. A sede já é um sinal tardio de que está desidratado – o ideal é que a cada parada faça ingestão de pelo menos 500 ml de água ou bebida repositória, como as esportivas.

Tente conter o impulso de "experimentar a gastronomia local", deixando pra fazer isso quando estiver viajando como passageiro (ônibus, avião, trem, etc.). Ingerir algo que não conheça significa correr riscos desnecessários, ainda mais estando pilotando uma motocicleta a muitos quilômetros de casa.

Problemas de saúde
As viagens de moto, principalmente as longas, podem acarretar uma série de mal-estares por diversas razões. Evite a automedicação consultando um médico a respeito de remédios que deva incluir em sua bagagem, para seu caso específico.

Seu histórico de saúde é fundamental para definir o que levar – medicamentos de uso contínuo devem ser estocados prevenindo a falta em outras localidades. Casos passados de cólicas nos rins, pressão alta, taquicardia, gastrite ou mesmo sinusite podem complicar qualquer viagem. Para os medicamentos que exigem receita, mantenha sempre consigo a fornecida pelo seu médico, e preferencialmente leve a quantidade de remédio que irá necessitar durante o período de ausência, evitando correr o risco de não o encontrar fora de seu domicílio. Possuir a receita também legitima a posse dos remédios frente a autoridades.

Os males mais comuns estão associados à má digestão, fadiga muscular e febre. Certifique-se de incluir antitérmicos e analgésicos para combater possíveis febres por mudanças bruscas de temperatura, bem como antiácidos para aliviar os problemas da digestão. Pomadas a base de cânfora poderão lhe aliviar se for o caso de ter dores musculares.

Inclua em sua farmácia portátil também itens de primeiros socorros como esparadrapo, algodão, gaze, água oxigenada, anticéptico e curativos, para eventuais pequenos acidentes. Como passamos boa parte do tempo sentados, e ainda assim nos movimentando em cima da moto, o atrito do corpo em várias regiões pode causar todo tipo de assaduras – leve também uma boa pomada para essa finalidade.

Atualize-se sobre possíveis endemias regionais como a malária, dengue ou mais recentemente a gripe do vírus H1 N1 que se manifesta em todo o continente. Em épocas como essa, evite aglomerações, lugares fechados e lave sempre muito bem as mãos. Certifique-se de ter tomado todas as vacinas necessárias e exigidas pelo seu local de destino.

A segurança da assistência de um bom plano de saúde é fundamental – consulte as áreas de cobertura e as carências de seu plano (quando houver) ou ainda, contrate os serviços à parte, visando a cobertura dessa viagem específica.

É recomendável que confeccione um cartão com todos os seus dados médicos, como tipo sanguíneo, alergias conhecidas e telefones de contato em caso de emergência, e o porte em lugar de fácil acesso e visibilidade. Se estiver viajando com mais alguém, dê ciência de onde se encontra essa informação para poder ser assistido em caso de perda de consciência.

Considere fazer um check-up com seu dentista antes de uma viagem longa, evitando ser pego de surpresa por uma dor de dente em lugar que não ofereça infra-estrutura adequada ou profissionais de qualidade para o atendimento.

Tenha em mente que o uso de qualquer tipo de medicamento pode diminuir sua capacidade de reação e raciocínio, evitando pilotar em tal condição. Se for imprescindível, adéqüe sua pilotagem para refletir sua diminuição de capacidade, diminuindo a velocidade e aumentando as distâncias de segurança. Não permita que uma pequena incapacidade se torne uma muito maior por displicência.

A primeira viagem

Não importa se você possui uma 125 ou uma 1250cc, a emoção da primeira viagem de moto estará para sempre presente em sua memória.

Tomar a decisão de fazer a primeira viagem de moto não é fácil – o medo, que faz parte da nossa natureza, nos protege das coisas potencialmente perigosas e do desconhecido, gerando sempre alguma tensão. É por isso que esse mês, nós viemos lhe dar uma "forcinha" para dar esse primeiro passo que é decidir se aventurar um pouco.

Tenha em mente que toda grande jornada começa pelo primeiro passo, e nesse caso, é a decisão firme e irreversível de conquistar algo novo em sua vida. Sempre encontrará pessoas que lhe colocarão uma série de empecilhos em se tratando de uma viagem de moto – é perigoso, que sua moto é pequena, e tantos outros. Não se deixe vencer – qualquer coisa é possível quando existe vontade e método.

Seja realista no desenho de seu projeto e trace um plano de viagem compatível com sua experiência motociclística, mesmo que seja pouca. Lembre-se que ninguém nasceu sabendo, e que todos tiveram que dar esses primeiros passos um dia. Comece por escolher um destino que não esteja muito longe, mas que também não esteja tão perto que retire do contexto o sabor de uma aventura. Nas próximas viagens, aumente gradativamente as distâncias e graus de dificuldade. A cada viagem acumulará experiências que não só lhe tornarão uma pessoa mais completa, como certamente trarão muitas histórias para dividir com aqueles próximos de você.

Dicas básicas de preparação
Uma vez decidido o destino, trace a rota que deseja percorrer observando a capacidade de sua moto, principalmente se envolver mudança no tipo de pavimento. Planeje paradas estratégicas para abastecimento, onde poderá verificar também outros itens, garantindo a segurança. Para a maioria das motos, o número a considerar é 200 km, por conta da autonomia. Nessas paradas, verifique se a bagagem continua bem presa, e se a moto precisa de outros detalhes como lubrificar a corrente, por exemplo. Para se ter ciência de tudo que a moto necessita, recomendamos a leitura prévia do manual do proprietário, que além de informar, traz dicas de como melhor utilizar o veículo em questão.

Faça uma revisão prévia na moto – se preciso, troque óleo e filtros, pois a estrada sempre exige mais dos componentes mecânicos. Confira o estado e funcionamento de freios, bem como o estado geral e pressão dos pneus. Mantenha a corrente (quando houver) esticada e lubrificada – sempre de acordo com a indicação do fabricante.

Prepare agora seu equipamento de proteção: roupas em couro ou cordura são as recomendadas, preferencialmente impermeáveis. Jaquetas, botas, luvas e capacete, sempre de uso motociclístico. Luvas ajudam a proteger do sol e do vento, além dos detritos que podem ser lançados por outros veículos. Não esqueça que o capacete deve ser bem tratado, estar dentro de seu prazo de validade e sempre ser portado afivelado e com a viseira fechada. Opte em conciliar proteção e conforto na utilização, para ter o melhor em segurança.

A acomodação da bagagem depende do tipo da moto, sendo a forma mais comum o uso de malas rígidas ou flexíveis, posicionadas na lateral traseira da moto, bem como na rabeta. Nada impede que você possa pegar a estrada com sua mala presa ao banco da garupa também. Use para isso aranhas ou extensores elásticos apropriados. Lembre-se de sempre conferir a fixação, e fique atento para não exceder os pesos recomendados para transporte tanto nos invólucros quanto da própria moto. Evite a todo custo viajar com mochilas presas ás costas, para evitar o desconforto causado pelo peso e a limitação de movimentos que impõe.

Antes de iniciar sua aventura, prepare-se para alguma resistência por parte de familiares e amigos. A maioria vê a moto como risco desnecessário, desconhecendo suas propriedades "terapêuticas". Seja firme e procure tranqüilizá-los, explicando as diferentes etapas que passará bem como a forma com que irá manter contato durante a viagem. Faça o possível para manter o combinado, evitando com que se preocupem desnecessariamente.

Uma vez na estrada, prepare-se psicologicamente para a adversidade. Em caso de chuva, a medida mais prudente é parar em local seguro, mas caso queira prosseguir mesmo assim, certifique-se de estar trajando roupas adequadas totalmente impermeáveis, e aproveite para exercitar sua sensibilidade nos comandos – a chuva é muito educativa. Lembre-se também que a bagagem deve estar acondicionada apropriadamente para que possa prosseguir – sacos plásticos normalmente dão conta do recado.
A idéia romântica de sair sem destino é um tanto quanto perigosa – a sorte sempre favorece o bem preparado. Não se ponha em sua primeira experiência na situação de risco desnecessário, apenas pelo ideal de rebeldia. O viajante moderno usa todos os recursos disponíveis para gerar conforto e segurança. Procure se informar a respeito da rota escolhida e se estiver a seu alcance adquira um GPS, ou no mínimo, mapas. Durante a viagem, mantenha sempre distância segura de outros veículos, lembrando que a pouca experiência necessita de mais tempo para uma ação adequada.

Para incidentes com pneus furados, existem "sprays" reparadores e outras formas de conserto rápido – informe-se de qual a melhor forma para sua moto. Pouco adianta levar velas, manetes, cabos ou demais peças sobressalentes, se você não tiver habilidade nem conhecimento necessário para substituí-los.
Diz o ditado popular que "devagar se vai ao longe" – certamente ele se aplica a toda e qualquer viagem de moto. Tenha paciência evitando a ansiedade de chegar logo a seu destino – curta a viagem apreciando a liberdade que a moto proporciona. Você sempre pode encontrar um cantinho para parar e apreciar a paisagem que o cerca. Opte por viajar preferencialmente durante a luz do dia, pois a noite requer realmente maiores cuidados e experiência. Evite rodar exigindo a potência máxima da sua moto, principalmente para as de baixa cilindrada – certamente será nesta situação que problemas mecânicos mais facilmente poderão acontecer.

O mais importante é se decidir a "pegar" uma estrada. Não importa seu destino ou a distância que percorrerá nessa primeira investida – abasteça sua moto e pegue a estrada com vontade! Nos encontramos pelo caminho!

terça-feira, 21 de julho de 2009

É um assalto!

Boa parte dos motociclistas teve que ouvir essa famigerada frase. Saiba como se comportar e principalmente se precaver para essa situação

Infelizmente vivemos em uma sociedade com grandes desníveis sociais, causando profundas desigualdades. Não cabe se aprofundar mais nas raízes do que acontece, mas é útil saber como proceder se estiver sendo abordado em uma situação de assalto. Para efeito desse artigo, tomo como exemplo o assalto a um motociclista com o objetivo de lhe levarem a moto.

O que fazer

Primeiramente, mantenha a calma. A polícia recomenda que mantenha um tom de voz tranqüilo, evite gestos brutos e dê ciência ao bandido que não pretende reagir. Ser abordado com uma arma de fogo não é nada fácil. A única coisa na sua mente deve ser o pensamento que aquela situação não deve evoluir para uma tragédia.

Fale somente o necessário, evitando qualquer forma de confronto. Mostre que pretende seguir as ordens que lhe serão dadas. Uma atitude passiva tende a quebrar o momento inicial, aumentando a possibilidade de solução pacífica.

Cumpra as ordens sem considerar alternativas. Você está em profunda desvantagem, frente a uma pessoa que teve coragem de empunhar uma arma e que provavelmente não teria qualquer receio em usá-la.

Evite truques como deixar a chave cair para ganhar tempo. Mesmo que outros vejam o que está acontecendo, dificilmente encontrará quem lhe preste assistência. Permita que a ação seja rápida, porque menos tempo terá de enfrentar a situação e principalmente menor será o risco de ser drasticamente atacado.

Uma vez encerrada a ação, procure imediatamente por ajuda, notificando a polícia o mais brevemente possível. Quanto antes tomarem ciência do ocorrido, mais cedo poderão tomar as devidas providências. Procure fornecer o máximo de detalhes que permitam identificar o sujeito e também dê todos os detalhes da moto para que possa ser facilmente reconhecida.

Seja prevenido

Diante de uma arma, pouco ou nada pode ser feito, mas antes que isso aconteça, suas atitudes podem evitar que se torne alvo.

Pilote sempre atento. Mantenha-se o maior tempo possível em movimento – se estiver frente a uma situação que exige parada, como semáforo, planeje diminuir a velocidade de tal forma que fique o quanto menos parado no próprio semáforo. Lembre-se que um alvo móvel é mais difícil de ser abordado que um alvo parado. Restrinja o espaço físico existente em seu arredor posicionando-se preferencialmente entre os carros, evitando que alguém possa lhe abordar nessa circunstância. Não vá para as primeiras posições em frente ao semáforo – elas possibilitam que a moto seja vista, tornando fácil identificá-la como sendo dessa ou daquela categoria. O espaço ao seu redor nessa posição possibilita que alguém se aproxime de você fora de seu ângulo de visão.

Fique de olho em motos com garupa, e principalmente cheque os espelhos com regularidade para se certificar de não estar sendo seguido. Se de alguma forma perceber uma ação suspeita, não tendo sido abordado ainda, procure por lugares movimentados com poucos espaços vazios. Isso dificulta a aproximação. Mantenha uma velocidade que permita estar em controle das ultrapassagens que fará sem se colocar de maneira insegura frente ao trânsito, o que poderia ainda causar uma colisão.

Planeje com antecedência seu itinerário. Escolha a rota que permita uma pilotagem segura e rápida, com poucas paradas. Mas se a escolha lhe colocar em lugares com histórico de abordagens, considere caminhos alternativos.

Considere aonde irá parar quando em seu destino. Opte também por lugares movimentados e preferencialmente estacionamentos pagos, cobertos pelo seguro.

Ao retornar para sua moto, preste atenção à movimentação dos arredores antes de montar nela. Se observar alguém suspeito, passe direto e posicione-se de maneira a não ser identificado como proprietário da moto visada.

Planeje o que fará quando chegar a sua moto – coloque rapidamente o capacete antes de montar e empunhando a chave insira a no contato e dê a partida saindo o mais brevemente possível. Não perca tempo falando ao telefone ou ajustando o que quer que seja. Planeje à frente e não terá que perder esse tempo precioso.

Nós motociclistas somos "bichos" muito sociáveis e gostamos de andar em grupos, o que por si só já ajuda a inibir uma ação hostil. Sempre que possível, pilote sua moto com mais amigos e amigas. O grupo é mais difícil de ser gerenciado em um assalto, tendo os bandidos preferência por alvos desatentos e isolados. Quando em grupo, mantenha relativa proximidade dos outros membros, para que quem lhes veja tenha total certeza de se tratar de um grupo, e não apenas uma moto perto de outra.

Imagine a situação do assalto em reverso – pense o que faria para assaltar a si mesmo. Identifique aonde faria, e em que circunstância, observando sua vulnerabilidade. Assim poderá criar os mecanismos necessários para diminuir essa possibilidade.

Por fim, mas sem esgotar o assunto, pilote de forma eficiente. Evite se portar como se estivesse procurando algo ou apreciando a paisagem. Passa a imagem de desatenção que pode implicar em uma abordagem. Espero sinceramente que esse pequeno conjunto de regras lhe sirva para que não tenha que enfrentar essa desagradável situação.